Masoquismo e Angústia

Masoquismo e Angústia

 

 

 

 

O masoquismo feminino é muito amplo. Não é necessariamente a valorização da dor como a conhecemos normalmente. Trata-se da valorização de algo mais difícil de ser interpretado. O sofrimento feminino valoriza a angústia. A angústia é um dos sentimentos que as mulheres mais prezam e mais buscam.

 

O masoquismo das mulheres que possuem pouco Poder de Barganha. Eu poderia usar um clichê aqui. Poderia chamar esse tópico de masoquismo da mulher feia. A mulher feia é o paradigma do masoquismo feminino por falta de opção. Diferentemente da mulher bonita, a mulher feia não procura (justamente porque não precisa) o sofrimento. Ela vê o sofrimento como uma espécie de destino inevitável. E isso acontece justamente porque ela não tem segurança alguma nos relacionamentos, uma vez que ela é feia e sabe que ela pode ser trocada a qualquer momento.

 

A angústia é uma constante na vida da mulher feia, justamente porque ela convive com o medo de ser abandonada ou trocada a qualquer momento. Antes disso ser considerado algo muito ruim, esse sentimento é algo que dá sentido à vida da mulher feia. Ou seja, quando uma mulher feia consegue manter um relacionamento, isso é um triunfo imenso e o nível de satisfação e felicidade dela é muito alto, apesar de toda angústia.

 

A mulher feia não é capaz de fugir desse tipo de conflito. O conflito é inevitável. Ela vive a experiência da angústia de maneira constante e é muito mais conformista do que a mulher bonita. Ela é o tipo de mulher que pode realizar escolhas com muito mais eficiência do que a mulher bonita, uma vez que a feia é “obrigada” a abaixar os padrões de beleza.

 

A mulher feia não precisa procurar a angústia, porque a condição dela já é angustiante. Nesse caso, poderíamos falar de masoquismo involuntário? Não, não podemos. A razão disso é simples: mesmo que a angústia não possa ser evitada, a mulher feia só escolhe bem por razões conformistas. Se mulher feia tivesse poder de barganha pra evitar qualquer angústia amorosa, ela iria preferir justamente os relacionamentos mais angustiantes. O mérito da mulher feia é justamente a aceitação da sua condição.

 

Agora o inverso ocorre com a mulher bonita. Na mulher bonita, o complexo de superioridade é a causa do masoquismo.

 

Se for difícil enxergar algum mérito na escolha positiva da mulher feia, também é igualmente difícil culpá-la por uma escolha ruim. De alguma forma, os erros da mulher feia são muito mais aceitáveis, pois ela é limitada por sua condição de feiúra. O mesmo não se pode falar da mulher bonita, que erra exclusivamente por culpa própria, uma vez que ela possui todas as chances do mundo de acertar.

 

A questão do mérito da mulher bonita é igualmente discutível. Nesse caso, a mulher bonita não teria mérito algum, pois ela teria todas as chances do mundo de escolher bem.

 

Os erros da mulher bonita são muito mais inaceitáveis do que os erros da mulher feia e esse é o único carma da mulher bonita. De restante, só há vantagens no fato de uma mulher ser bonita.

 

A mulher bonita é o paradigma perfeito do masoquismo feminino voluntário. Ela é típico caso da mulher que gosta de sofrer e procura o sofrimento. A mulher bonita ama a angústia amorosa, mas isso não é nenhum determinismo. Ela possui um leque imenso de opções e poder escolher todo tipo de homem, mas ela decide escolher justamente os homens mais difíceis.

 

A mulher bonita poderia evitar facilmente a angústia amorosa. Basta ela escolher um homem bonzinho, sensível, romântico, que não tem nenhum impulso promíscuo. E o que não falta é homem com essa postura. Portanto, tais mulheres não podem nem mesmo usar o argumento fajuto da falta de homem. Na verdade, não faltam homens românticos, o problema desses homens é que eles não têm apelo fetichista.

 

Para as mulheres, o fetiche é sinônimo de emoção e a emoção que elas mais valorizam é a angústia amorosa. A mulher não tem desejo por homens que não são capazes de produzir o sentimento de angústia nelas.

 

A angústia feminina é um sinal que determina o valor do homem e conseqüentemente, o valor do relacionamento.

 

O complexo de superioridade das mulheres supervaloriza a angústia amorosa como um sinal de valorização do homem e do relacionamento.

 

Quando a mulher sente muito angústia, isso significa que o homem que produz essa angústia na mulher está à altura do complexo de superioridade dela, então essa angústia age como um sinal interno de aprovação do homem e do relacionamento.

 

Os homens dominantes e poderosos são os homens que geralmente deixam as mulheres angustiadas. As mulheres inconscientemente valorizam os homens dominantes e poderosos e expressam isso através dos fetiches. Notem que a maioria dos fetiches femininos envolve sempre algum atributo de dominância, ou muitos desses atributos juntos.

 

As mulheres amam a angústia e nunca mudarão!

 

A angústia é uma necessidade do complexo de superioridade das mulheres. Toda mulher (principalmente a mulher bonita, gostosa e atraente) procura a angústia amorosa, porque isso é uma forma de valorização do homem. A mulher não consegue amar um homem que ela acha que é inferior, então a angústia amorosa diminui o valor dela e aumenta o valor do homem. A angústia amorosa é aquilo que torna o homem aceitável perante a mulher.